CARBONO MUSICAL 2: Antenógenes Silva - Recordar é Viver (1970)

terça-feira, 26 de dezembro de 2017

Antenógenes Silva - Recordar é Viver (1970)

Lançado originalmente pela Odeon, em 1959, e relançado pelo selo Imperial em 1970. Um disco composto na sua maioria por valsas:

01. Vai Virando de Banda (Antenógenes Silva)
02. Boogie Woogie Na Roça (Antenógenes Silva)
03. Qualquer Um Toca (Antenógenes Silva) 
04. Saudades de Meu Pai (Antenógenes Silva) 
05. Sanfoneiro Apaixonado (Antenógenes Silva) 
06. Recordando os Teus Beijos (Antenógenes Silva) 
07. Baile da Saudade (Antenógenes Silva) 
08. Quando Chora o Bombardino (Antenógenes Silva) 
09. Flor do Campo (Antenógenes Silva) 
10. Pescando Lambari (Antenógenes Silva) 
11. Para Você Todo o Meu Amor (Antenógenes Silva) 
12. Abel Em Paris (Antenógenes Silva). 

BIOGRAFIA
Antenógenes Honório da Silva (Acordeonista. Compositor)
30/10/1906 Uberaba, MG
9/3/ 2001 Minas Gerais


Filho de Olímpio Jacinto da Silva, serralheiro, ferrador de cavalos e grande sanfoneiro. Sua mãe, Maria Brasilina de São José, descendia do já empobrecido Barão da Ponte Alta. Frequentou a escola por apenas dois anos, passando a trabalhar desde muito jovem. Já nessa época, dedilhava o acordeom e compunha. Sua valsa "Saudoso passado", feita aos 14 anos de idade, foi plagiada e apresentada com a assinatura de outro compositor, com nome de "Saudades de Matão", que se tornaria grande sucesso. Uma história polêmica, que se concluiu com a comprovação de autoria do acordeonista. Servente de pedreiro, transferiu-se aos 21 anos para Ribeirão Preto, buscando, ali, iniciar sua carreira artística. Em 1931, casou-se com Marcília Marinari, violinista e locutora com o nome artístico de Léa Silva, excelente profissional, que depois de atuar na Rádio Nacional do Rio de Janeio, foi para os Estados Unidos trabalhar na C.B.S, e na N.B.C. Concluiu seu curso primário em São Paulo. Em 1949, fez o ginasial em Niterói, tendo se formado posteriormente em químico industrial. Manteve sempre uma atividade paralela à vida artistica, como comerciante de queijos. Diplomado em Química, fundou o Laboratório Creme Marcília, no Rio de Janeiro, do qual foi diretor-presidente.

Em 1928, apresentou-se no Cassino de Lindóia, transferindo-se para São Paulo, onde trabalhou no Bar Excelsior. Atuou na Rádio Educadora Paulista. Em 1929 gravou na Victor seus primeiros discos, interpretando de sua autoria, o choro "Gostei da tua caída", o maxixe "Saudade de Uberaba" e as valsas "Norma" e "Feliz de quem ama", todas de sua autoria. Gravou também na Orion e na Arte Fone.
Em 1933, transferiu-se para o Rio de Janeiro, tornando-se, desde então, nacionalmente conhecido. Acompanhou os melhores intérpretes nacionais e internacionais, dentre os quais Lucienne Boyer e Marta Eggerth. Gravou na Argentina com Carlos Gardel e Libertad Lamarque. Na Itália gravou com Gigli. Em 1934, atuou em Buenos Aires. No mesmo ano gravou de Zequinha de Abreu as valsas "Súplica de amor" e "Elza". Em 1935 gravou com as Irmãs Pasgãs as marchas "Não foi assim", de sua autoria e Osvaldo Santiago e "O carnaval é rei", de sua autoria e Ernâni Campos. No ano seguinte gravou com sucesso, com voz de Augusto Calheiros a valsa "Pisando corações", de sua autoria e Ernâni Campos. Mestre do acordeom, jamais deixou de se aperfeiçoar, tendo sido um dos poucos a acompanhar música do repertório lírico, o que fez em apresentação no Teatro Municipal do Rio de Janeiro. 

Conheceu música, dominando harmonia e orquestração, tendo sido aluno do maestro Guerra Peixe. Foi professor de Luiz Gonzaga, tendo lhe ensinado um repertório de tangos, quando este ainda músico no Mangue, necessitava atender aos pedidos dos freqüentadores e das mulheres.

Em 1937 gravou com a dupla Alvarenga e Ranchinho a mazurca "Candinha doida", com arranjos de Loreto Conti e a tarantela "Pepinela", de sua autoria e Alvarenga. Em 1938 gravou com Nestor Amaral e a Orquestra Odeon a rumba "Amor só de perto", de sua autoria e a valsa "Se amas és feliz", de sua autoria e Osvaldo Santiago. No mesmo ano, a dupla "Raul Torres e Mariano" gravou a valsa "Saudades de Matão', abrindo uma longa polêmica sobra a verdadeira autoria da obra, registrada como sendo dele e Jorge Galati, com letra de Raul Torres. No ano seguinte, gravou com Augusto Calheiros a valsa "Ave Maria", de Erotides de Campos. 

Em 1941 gravou na Odeon as valsas "Cada vez te quero mais", de sua autoria e "Pic-nic trágico", de Germano Benecase e Gomez Almeida, com Gilberto Alves na voz. No mesmo ano gravou com a dupla mineira De Morais e Nair Rodrigues a mazurca "Adeus porteira velha" e a marcha "Dança mineira". Por essa época, acompanhou diversos artistas na Odeon tocando acordeom com seu conjunto, entre os quais, Gilberto Alves, De Morais, Manezinho Araújo e a dupla Joel e Gaúcho. 

Em 1942 compôs com De Morais o samba "Uma mulher para mim", gravada pelos dois no mesmo ano na Odeon. Compôs também com Miguel Lima, parceiro de Luiz Gonzaga, a valsa "Chamas do amor". Em 1943 gravou na Odeon com canto de Morais Neto a canção "Luar do sertão", de Catulo da Paixão Cearense. Em 1944 gravou com De Morais e Olguinha no canto as valsas "Nunca mais te verei", de De Morais e João Bastos Filho e "Triste caminho", de De Morais e Geraldo Costa. No mesmo ano compôs com o lendário compositor sertanejo João Pacífico o xote "Formosa morena", gravado no mesmo ano com o canto de "As três garotas". No mesmo período gravou de sua autoria e Miguel Lima o choro "Pica pau", com voz de Ademilde Fonseca. Em 1945 gravou com Gilberto Alves na voz as marchas "Palhaço", parceria com Miguel Lima e H. Souza e "Cantor de rádio", parceria com Miguel Lima. Em 1947 gravou com Alcides Gerardi no canto, as valsas "Isa", de sua autoria e Miguel Lima e "Deusa da beleza", de De Morais e Arquimedes Rodrigues.

Em 1949 gravou com Seus Portenhos os tangos "Amar" e "Amargura", de sua autoria. No mesmo ano acompanhou o cantor Jamelão na gravação do samba "Pensando nela", de sua autoria e Irani de Oliveira. Em 1952 gravou a valsa "Branca", de Zequinha de Abreu, clássico do cancioneiro popular. Em 1954 gravou a valsa "Quarto centenário de São Paulo", de sua autoria em homenagem ao aniversário da cidade. Em 1956, sua valsa "Saudade de Ouro Preto" foi regravada pela Copacabana em interpretação de cítara por Avena de Castro. Em 1957, ganhou o primeiro lugar no concurso patrocinado pela fábrica de gaitas Honner, realizado em Trossingen - Alemanha, tendo sido considerado um dos maiores acordeonistas do mundo. Nessa ocasião, recebeu convite para apresentações no Conservatório de Paris. No mesmo ano gravou com seu conjunto, de sua autoria a quadrilha "Caminho da roça" e a marcha "Vamos pro sertão". Em 1958, sua valsa "Santa Terezinha" foi gravada por Gilberto Alves no LP "...E as valsas voltaram Nº2" da gravadora Copacabana.

Em 1959, fundou a Rádio Federal de Niterói, que ajudou, literalmente, a construir com as próprias mãos. Conhecido como "O mago do acordem", tem uma extensa discografia. Durante muitos anos, manteve no Rio de Janeiro uma escola de acordeom, com cursos de teoria, solfejo e harmonia. Compôs valsas, tangos, xotes, mazurcas, sambas, rancheiras e outros rítmos. Gravou mais de 130 composições de sua autoria sozinho ou com diversos parceiros. 

Entre seus maiores parceiros está Miguel Lima, com quem compôs entre outras, a valsa "Isa", as marchas "Cantor de rádio" e "Alegria" e o samba "Mulher bonita". Em 1961 gravou na Odeon as marchas "Pisando na brasa" e "Marcha dos candangos". No mesmo ano lançou pela Orion a mazurca "Adeus porteira velha" e a valsa "Porque choras", ambas de sua autoria. Em 1963 gravou "Quando chora o bombardino" e "Baile da saudade", ambas de sua autoria. Em 1968, sua valsa "Santa Terezinha" foi gravada na Copacabana por Gilberto Alves no LP "E as valsas voltaram nº2".

Impulsionou a carreira no rádio de inúmeros artístas entre os quais Jamelão, Dilu Melo, Gilberto Alves e as Irmãs Pagãs. Foi o grande incentivador do chamado choro mineiro, mais chegado para a valsa. Entre seus sucessos estão "Pisando corações", "Santa Terezinha", "Suely", "Uma grande dor não se esquece", e "Saudades de matão", esta última em parceria com Raul Torres e Jorge Gallati. Recebeu na Alemanha o prêmio de maior sanfoneiro de oito baixos do mundo.

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